No meu último dia em Munique decidi ir ao campo de concentração de Dachau que foi transformado em memorial por reivindicação dos sobreviventes, tem um museu lá contando como funcionava o campo que foi considerado o campo modelo na época. Então acordei cedo e fui pra estação de trem, a viagem foi rapidinha, menos de 30 minutos e a entrada no local é grátis, paguei apenas pelo audioguia em português, acho que foi 5 euros.
Foi uma visita realmente muito triste, mas fiz muita questão de ir por ter visto muito sobre o assunto nas outras cidades da Alemanha e ir a um campo seria mais uma maneira de viver a história toda que aprendi nos museus.
O campo foi construído em 1933 e fechado em 1945 e recebia não apenas judeus, mas também aqueles que eram considerados inimigos do regime nazista que Hitler instalou na época. Os judeus e poloneses recebiam o mais desumano tratamento, enquanto pessoas de maior relevância social na visão dos Nazistas ficavam em uma cela separada dos demais e não eram forçados a trabalhar.
Chegando na estação peguei um ônibus para o campo, fica bem pertinho, e na chegada do campo tem esse parque.Essa é a entrada do campo. Antes tem um ponto de informações, peguei o áudio guia e fui ouvindo tudo sobre como os judeus e demais presos chegavam, como era a distribuição de tarefas entre os oficiais, sobre a vila dos oficiais em torno do campo…Essa inscrição no portão de entrada significa “O trabalho liberta”. No caso estamos falando de trabalho escravo, apenas lembrando.Pátio entre os alojamentos dos presos (essa construção grande à direita) e da ala do escritório dos oficiais à esquerda.Uma visão geral do prédio dos oficiais para o pátio.A vista oposta é essa. Essa escultura é parte de uma obra para relembrar o incidente. São corpos humanos presos em arame farpado, relembrando a maneira como alguns se suicidavam no campo, se jogando contra as barreiras de arame farpado.Essa escultura representa a forma como os presos eram identificados: com triangulos coloridos representando o humor (rebeldes, dóceis…)Nunca mais de novoQue o exemplo daqueles que foram exterminados aqui entre 1933 e 1945 por causa de sua luta contra o nazismo possa unir os vivos em sua defesa pela paz e da liberdade e em reverência da dignidade humanaEssas bases no chão representam o local onde havia antes os pavilhões de alojamentos. Quando os Estados Unidos libertaram os presos, destruíram esses pavilhões, porém um deles foi reconstruído para mostrar como funcionava o campo.Cama nos dormitórios. No início do funcionamento do campo havia uma cama para cada, com colchão feito de palha e lençóis, porém depois de alguns anos com a superlotação alguns não tinham onde dormir.Instalações sanitáriasEssa era a pia / lavatórioA direita era o prédio dos oficiais e à esquerda a prisão especial. Nesse corredor haviam paredes separando alas e onde ocorriam as sessões de fuzilamento.Foi mantida uma das paredes de fuzilamentoInterior do pavilhão das celas. Aqui ficaram presos políticos alemães de oposição ao nazismo e religiosos de grande importância.Um dos métodos de tortura aplicados era manter esses presos especiais em cubículos onde não havia espaço para sentarem ou deitarem. As divisórias foram demolidas, mas o desenho no canto mostra como eram.Porta das celas comunsEssa figura iliustra como era feita a segurança para evitar a fuga dos presos: Havia uma faixa de grama de 8 metros antes de um fosso de concreto, o alambrado e do outro lado um canal. De qualquer forma os presos que ultrapassavam a linha invisível dos 8m eram executados pelos guardas que ficavam no alto das torres de observação.Há relatos que as vezes por diversão os guardas obrigavam os presos a pisar na grama para serem executados.Foram construídos no local 4 memoriais religiosos: Um evangélico, um católico, um ortodoxo e outro judeu. Este da foto é o evangélico. Todos são cheios de significados e mensagens visuais.
Memorial Judaico
Acho que eu tava tão chocada com tudo que acabei não tirando foto do templo católico, mas no fundo tinha essa imagemMais afastado ficam os crematórios, são duas construções, uma mais antiga e outra mais nova (essa da foto), onde foi instalado a câmara de gás que segundo os relatos nunca chegou a ser utilizada.Crematórios. Haviam ante-salas onde os corpos eram empilhados antes de irem para os fornos.A câmara de gás tinha a inscrição “chuveiro” pintada pelo lado de fora.Interior da câmara de gás
Escrever esse post foi um desafio, toda a hora que peguei para escrever sentia de novo o embrulho no estômago que tive enquanto visitei o lugar. Não consegui contar tudo o que vi lá, muitas histórias e crueldade, sadismo, desumanidade. Me ative a colocar as fotos com uma legenda mínima para conseguir terminar, mas confesso que teria muito mais a dizer…. não revisei também, por isso vai perdoando aí os erros. Há ainda o google para os que se interessarem em saber mais sobre como funcionava Dachau.
Chegar para ver foi bom, mas sair daqui foi maravilhoso, senti muito alívio.
O próximo destino é Praga, bora correr para dar tempo de pegar o busão!
Olha eu na estrada de novo. Usei de novo o blablacar (site de caronas) e fui de Achern até Munique com um grupo de franceses que estavam indo para Budapeste participar do maior festival de música da Europa. Eles estavam animadíssimos!No dia seguinte cedinho resolvi fazer um walking tour pelo centro histórico e começamos por aqui, pela porta da cidade antiga (essa é uma réplica, como quase tudo na cidade foi destruído pela guerra, mas reconstruído depois). Essa rua aí atrás é a rua comercial mais importante do centro antigo.E de frente para o portal a Karlsplatz Stachus, que homenageia dois ícones da cidade: um dos governantes que trouxe o desenvolvimento para a cidade (Karls) e um famoso pub que ficava no local (Stachus) e teve que ser destruído pelo novo plano da cidade (aqui pubs e cerveja são realmente muito valorizados, no começo achei que era zoeira, mas é verdade, aqui é tão importante como as instituições financeiras e hospitais).Traje de festa da Bavária, vi várias pessoas andando na rua com essas roupinhas, de várias idades (até aqueles casais mais de idade!).E esse é um look mais para o dia a dia.Essa é a prefeitura da cidade, de hora em hora tem um showzinho com esses bonequinhos representando as batalhas medievais. Essa foi umas das únicas construções a não ser bombardeada na 2a. guerra, pois era usada pelos pilotos como referência visual para encontrar a cidade.
Caso estejam curiosos para ver o bonequinhos e a musiquinha dos sinos achei um link legal no youtube (meu video ficou uma m…). Já vou estragar o final: o inimigo vai morrer!!!!! se não suporta violência não clique no link!!
Chique demais essa prefeitura.Essa é a estatua de Nossa Senhora que dá o nome para a praça principal da cidade (a da prefeitura). Chama MarienplatzE essa é a prefeitura antiga que foi transformada em museu. Foi o escritório do Hitler, onde ele planejou os ataques à Polônia antes de iniciar a 2a guerra mundial.Tem uma feira permanente na cidade muito legal, no final de semana enche de gente nessas mesas comunitárias para beber e socializar.hummmm. Eles tem uns pães deliciosos na Alemanha, dá vontade de comer tudo! as vitrines são super caprichadas em todos os lugares. Os das lanchonetes das estações de metrô eram de encher os olhos: muita variedade e sempre cheias!Azeitona de todos os jeitosE os artesanatos muito lindos. Eles fazem guirlanda com tudo o que possa imaginar, de tecido, pimentas e até flores.Eles fazem guirlanda com tudo o que imaginar, de tecido, pimentas, flores….
Essa é uma das cervejarias mais antigas de Munique. Foi inaugurada sem banheiros, o que obrigava os clientes a irem para a rua fazer xixi, até que o gerente teve a ideia de colocar um cano em cada mesa para os clientes se aliviarem sem deixar o bar. Mas o espertão deixou a outra ponta do cano despejando o xixi na rua, imagina o cheiro…. hoje já normalizaram a situação para o bem dos pedestres.O teatro reconstruído depois da guerra e de 2 incêndios.Nessa pracinha tem um biblioteca aberta, você pode pegar um livro e sentar nos pufes para relaxar. Mas com o frio que tava fazendo até sorrir pra foto tava difícil.Rua mais chique de Munique, pelos carros dá pra sentir o poder. Só não fiz minhas compras na Chanel pois não cabe mais nada na minha mala.Dia seguinte era meu aniversário e fui presenteada com um dia lindo de sol e calor. Pra celebrar subi na torre da igreja para avistar a cidade toda (haja perna pra subir as escadarias).Marienplatz vista de cimaE a minha cara de aniversariante alegre. A torre é toda gradeada para nossa segurança.Esse aí era o estilo da escadinha. Estreita e cheia de gente, deu uma leve agonia tanto na subida como na descida.De lá fui para o Englishgarden, o parque mais central e famoso da cidade. Aí são os surfistas que pegam onda no canal que corta o parque, fui lá ver se era verdade mesmo que tinha gente surfando.
Neste link tem as manobras radicais!!!! (to ficando safada, só puxando os links….).
Galera de boas curtindo o dia de sol e calor, vestindo a sunga para dar um rolê.Outros pelados batendo um papinho….neste parque depois de muitas reivindicações foi autorizado a prática do nudismo. Tinham várias pessoas super a vontade, peladas e de tênis passeando com o cachorro, tomando um banho no canal, super vibes. Mas confesso que não consegui agir naturalmente…os pelados que se aproximavam eu virava pra não ver nada, os de longe eu ficava curiosa pra ver se tava pelado mesmo…Tem uma praça de alimentação que tava bombando lá, as mesas comunitárias são muito legais, chega e senta com a galeraEu dividi um prato com o macarrão típico deles e que não tenho ideia de como escreve (e nem lembro o nome também). Bom, mas não sei se comeria novamente.E obviamente que tomei umas para refrescar e celebrar minha saúde! Depois dos pelados no parque, ficou mais fácil aparecer por aqui de biquíni. Esses aí são meus colegas do hostel, o Dylan é americano e as meninas são inglesas.
No dia seguinte resolvi ir ao antigo campo de concentração nazista de Dachau, cidade próxima a Munique. Apesar de muito triste quero compartilhar essa visita que fiz com vocês em um próximo post.
Bom, já contei que fiz meu perfil no site de workaway, e enquanto estava fazendo o Caminho de Santiago recebi vários emails convidando para ser voluntária na Irlanda, Inglaterra, Itália e Alemanha, porém destes a maioria eu não me interessei pelo trabalho ou pelo lugar, mas este na Alemanha foi bem especial: era para ajudar em um Ashram, que é um centro de recuperação espiritual baseado em ensinamentos hindus, e lá eles eram adeptos de um estilo de alimentação chamado raw food (comida crua ou comida viva como estão chamando no Brasil). Eu achei incrível a ideia, mais ainda por eles terem lido o meu perfil e terem me convidado.
Bom, então tendo este compromisso eu organizei o meu roteiro de viagem para chegar aqui em 4 de agosto e inicialmente era para ficar duas semanas, mas depois da primeira experiência como voluntária vi que uma semana seria o ideal para os meus objetivos.
O local fica no sudoeste da Alemanha, de Frankfurt peguei um trem pra Baden-Baden e de lá outro para Achern e um ônibus para Sasbachwalden (pronuncia zasbarr-vaiden ou algo parecido) . A Sabine que trabalha lá foi me buscar no ponto de ônibus e de lá subimos a montanha até nosso destino.
Minha primeira interação foi no jantar, tinham mais 5 voluntários trabalhando lá e neste mesmo dia chegaram mais 3 além de mim, que estavam viajando pela Alemanha se hospedando em Ashrans. Como eu estava interessada em saber mais sobre a comida viva já fui logo até a cozinha e me voluntariei para ajudar a preparar o jantar.
Essa é o AshramEsse era o meu quartinho, ficava na ala dos hóspedes em tratamento na terapia da escuridão, que consiste em ficar alguns dias num quarto escuro sozinho meditando e entoando mantras. É especialmente para pessoas que buscam conectar-se consigo mesmas. Para eu entrar no meu quarto passava por duas portas no corredor para isolar luz e somA vistaAs crianças brincando no jardim com os voluntários que escolheram essa tarefaEssa é a sala de meditação, teve uma noite que reunimos para cantar mantras.O altar com as imagens de poder da Barathi.A minha tarefa era ajudar na cozinha, o que era muito tranquilo, pois preparar a comida viva é muito rápido. Limpar então era mais fácil ainda, nada de gordura….A de blusa preta é a Cristina, a chefe. Todas as outras que aparecem na foto são voluntárias como eu que, ou estavam ajudando, ou apenas especulando sobre o que teríamos na próxima refeição.Os brotinhos e o arroz de molho…a única coisa que na minha opinião não rolou foi comer arroz cru. O resto tudo achei ótimo! Uma das minhas tarefas consistia em cuidar dos brotinhos, lavava duas vezes por dia.
As comidas:
Macarrão de abobrinha com molho de tomate, molho pesto e sopa verde e molho curry. Os restinhos sempre iam pra mesa, a comida viva não dura muito então ou reformávamos ou colocávamos na mesa de novo pra tentar acabar.Lasanha com massa de abobrinha fatiada, e recheio de pesto de ervas com cenoura e pesto de “queijo” (feito com semente de girassol, temperos e levedura que dá o gosto de queijo). Esse tava excelente, comi muito!A lasanha no detalhe caso alguém tenha ficado interessado.Esse dia foi muito bom também: biscoito de grãos , molho de abobrinha e cuscuz de couve flor e salada de cenoura e repolho.Esse dia eu não curti muito não: sopa com água morna, que é preparada no prato. Agora os biscoitinhos são maravilhosos! São feitos no desidratador. Sempre colocávamos frutas também, nossa, ficam deliciosas! Pêssegos e bananas eram as minhas frutas favoritas!Essa é a Margot, ela é holandesa e como eu foi voluntária para aprender mais sobre comida crua. Foi com quem eu mais passei tempo lá, era minha dupla nas tarefas.O café da manhã eram vitaminas, frutas, saladas de frutas, sorvetinho com sementes (chia, trigo sarraceno, linhaça, passas)…sempre rolava smoothie verde tambémEssa foi a sobremesa se um dos dias: torta com massa de coco com cacau e cobertura de maçã com canela e mel. Ficou bom demais!No detalhe
A galera:
A Sofia, a nossa voluntária caçulinha fez aniversário. Rolou bolo de abóbora com ameixa e coco para os parabénsO restante da galera na hora dos Parabéns. Essa de blusa vermelha é a Bharati, a líder do Ashram com sua filhinha Ananda.O Ashram estava em reforma e o Thomas era o empreiteiro. Trocamos altas idéias sobre construção, Croácia (ele é croata) e política. A pequena é a Pati, filha da nossa chef Cristina.Essa foi a foto da minha despedida, o restante dos voluntários já tinha ido embora: Simon da Austrália, Margot da Holanda, Sofia da Itália, Cristina a cozinheira oficial e eu =)Na despedida da cidade tirei uma foto pra mostrar como eram as construções na cidade, uma graça!
Essa experiência de workaway foi muito especial para mim, aprendi muito e foi ótimo ter outros colegas para trocar ideias. Penso em voltar algum dia para passar mais tempo, no verão daqui, pois o lugar é frio no verão, imagina no inverno, rsrsrs.
A viagem de Berlim foi super tranquila, levamos 5 horas de carro, e quando cheguei o clima não estava muito amigável. Resolvi ficar trabalhando no hostel e tomando uma para relaxar. O petisco saudável para equilibrar é o edamame (soja verde).Este era um hostel mais animadinho, tinha um bar na recepção e aí as pessoas estavam todas aguardando o jantar coletivo grátis: macarronada. Eu que não sou boba também estava lá na expectativa pelo jantar 0800.No dia seguinte fiz o walking tour alternativo, o que significa que não será apenas turístico (essa não é uma cidade muito turística mesmo)… O primeiro ponto foi a estação de trem, que foi uma obra muito revolucionária na época, pois além da bela e arrojada arquitetura para 1888 trouxe movimento e a burguesia para esta região da cidade que antes não tinha nada.Esse é o interior da estação. Estrutura metálica arrojada mesmo pra 1888.Mas estação de trem é meio que nem rodoviária, acaba ficando rodeada por prostituição e drogas, então logo essa região em volta da estação deixou de ser chique. A solução que a prefeitura encontrou para os drogados saírem da rua foi construir uma casa (esse prédio cinza com azul) para uso de drogas (maioria crack e heroína), assim eles poderiam catalogar as pessoas que precisam de assistência e evitar que elas permanecessem nas ruas. Essa iniciativa é modelo pra outros lugares do mundo. Achei interessante que a média de idade dos consumidores de droga na cidade é 42 anos. Nunca é tarde para começar.Para o problema da prostituição eles legalizaram e esta atividade passou a ser uma das maiores arrecadadoras de imposto da cidade (Frankfurt recebe muitas feiras e exposições e segundo o guia nessa época essa rua fica intransitável de tantos consumidores pela região). Talvez seja uma idéia para implantar no Brasil ao invés de aumentar impostos.Essa esquina fica a 2 quadras da estação de trem em direção ao centro antigo, aqui já é um dos m2 mais caros da cidade.Prédio de bancos, vários. O banco central da união europeia fica em Frankfurt.Arquitetura antiga e nova no centro. A cidade sofreu com os ataques durante a guerra, porém foi apenas parcialmente reconstruída.
Esse é o hotel chique mais antigo da cidade.Olha que estava pela cidade: o homem aranha! Reparem no look: mesmo chovendo eu persisti e continuei no tour.Essa pracinha dá acesso ao pátio da prefeituraE no pátio tem essa homenagem aos fabricantes do vinho de maçã que é a bebida mais característica da cidade. Eu bebi e tem um gosto diferente demais para o meu paladar. Disseram que tem que beber umas 5 vezes até conseguir apreciar com vontade.E uma curiosidade é que numa época de dificuldade na cidade, pediram para colocar um gato no teto da prefeitura para espantar o mal olhado. Depois disso veio a 2a. guerra.E essa é a pracinha antiga no centro da cidade onde o pessoal fica tomando umas esperando o tempo passar.A igrejaEsta placa no meio da pracinha foi colocada para lembrar onde os nazistas queimavam livros que expunham idéias contrárias ao regime. “Aqueles que queimam livros, acabam cedo ou tarde por queimar homens” previu tristemente o poeta alemão Heine, que teve seus livros queimados anos depois.Tour finalizado, hora de dar um rolê no shopping. Mentira, eu só fui tirar uma foto do lado de fora, comprar é uma palavra riscada do meu vocabulário, não dou conta de carregar mais nada.E pra fechar a tarde com glamour achei que valia provar uma delícia alemã com um cafezinho. Esta tortinha é muito popular aqui (a torta alemã que vendem no Brasil eu não encontrei em lugar nenhum).
Por fim das contas eu decidi passar em Frankfurt pra não ficar muito cansativa minha viagem até o próximo destino (conto em seguida), porém não acho que vale a visita para finalidades turísticas, Berlim merece mais atenção que Frankfurt, definitivamente!
Minha ida para Berlim me fez voltar ao tempo quando viajava de ônibus para visitar a minha avó em Minas e muitas horas depois chegava no meu destino. Achei uma passagem noturna de ônibus com um preço amigável (barato é uma palavra que eu raramente consigo usar aqui), e animei a ir fazer o trecho Amsterdã-Berlim dormindo. Peguei um ônibus da empresa Flixbus e graças a Nossa Senhora das estadas a viagem foi ótima, fui conversando com um grupo de jovens arquitetos argentinos, chilenos e peruanos que estavam em uma excursão para explorar a arquitetura européia, achei a idéia da viagem temática super legal e fomos batendo papo até o sono chegar…o que na realidade não demorou muito no meu caso, tinha tomado meio dramim pra me ajudar.
Meu primeiro passeio foi na praça Alexanderplatz, onde fica essa torre de TV que parece uma torre de aeroporto. Tava rolando uma feirinha e fiquei um tempinho por ali olhando as barraquinhas (e comendo). E as bolhas de sabão???? amo demais, até hoje sinto vontade de correr pra estourar….talvez eu faça isso, hehehe!!!Achei um walking tour e me juntei ao grupo, fui toda concentrada prestando atenção e tirando umas fotos bem discretamente.Esse é o jardim das delícias (é a tradução literal do Alemão) e atrás é um museu.Berlim foi muito destruída durante a 2a guerra mundial, na conta dos Alemães chegaram a destruir 90% da cidade, e boa parte das edificações foram reconstruídas, essa foi uma delas, que apesar da carinha de antiga é novinha como Brasília.Durante o tour entramos neste memorial construído para vítimas de guerra e tirania, e fiquei tão impressionada com o local que acabei me perdendo do meu grupo de walking tour. Ainda tentei procurar, mas não achei, aí tive que fazer o meu tour solo.E foi aí que encontrei a segunda manifestação do dia, esta no caso foi super positiva, era dos Hare Krishna, ganhei uma folhinha com o mantra e cantei um pouco com eles.O mapa que eu tinha estava em alemão, então eu só conseguia saber onde tinham os pontos turísticos, mas não sabia exatamente o que eram, então tive que usar a intuição e ir pro lado que poderia ser mais interessante, o que acabou dando em frente esta estação de trem que foi muito importante durante a divisão de BerlimDei a volta no quarteirão para entrar pelo lado do canal e achei um museu chamado Palácio das Lágrimas que conta a história da separação da cidade, e como foi brutal e repentino, separando muitas famílias. Acabei ficando horas lá dentro.O museu por dentroE essa é a maquete da estação mostrando o fluxo de pessoas entre as duas Berlins depois da separação com o muro. Algumas pessoas recebiam autorização para cruzar o muro, essa era uma estratégia do governo soviético para pegar informações sobre as pessoas .Continuei minha caminhada rumo ao parlamento que é uma atração muito famosa por aquiEsta construção à direita é o anexo e à esquerda a construção principalEsta é a fachada do parlamento. A cúpula é aberta para visitaçãoEstava indo ao portão de Bradenburgo, que era a entrada da Berlim antiga, e vi que assim como o parlamento também estava cercada pelos policiais, então comecei a ficar com a pulga atrás da orelha….de manhã não tinha nenhuma atração turística cercada, o que seria isso?Em um minuto acabei esquecendo este episódio e lá fui eu tirar uma foto clássica de turistaAí pedi toda alegrinha para um transeunte bater a foto, que ficou cortada…a não gente, viajar sozinha tem este inconveniente. Resolvi direto daí voltar pro Hostel pra descansar e quando fui entrar no metrô tava fechada a estação. Olhei em volta e vi vários policiais e fui lá perguntar o que era, e a resposta era apenas precaução para proteger os turistas de protestantes. E o medo de ser protesto terrorista?Olha que mensagem bonita neste desenho na empena.E esse arquiteto aqui não teve medo do vermelhoNo outro dia eu estava preocupada de não conseguir ver tudo em Berlim e pela primeira vez na vida subi num ônibus de turismo (hop on hop off), a cidade é grande demais com muita coisa interessante pra ver. Essa é a estação de trem construída para a copa do mundo.Esse campanário a Mercedes Benz deu de presente pra cidade. Infelizmente não vi tocar.Essa torre de igreja eles não reconstruíram, deixaram assim semi destruída para recordar o que houve com a cidade durante a guerra.Em outro ânguloAchei lindo esse prédio, é a embaixada de algum país que não lembro qualEsse também. ..tem uma rua cheia de embaixadas na região do Tiergarden, uma mais linda que a outra, algumas eu não consegui tirar foto, pois fiquei de bocá aberta admirando.Berlim tem muitas homenagens às vítimas e aos vencedores. Esse é para os judeus.Essa era uma das barreiras americanas na cidade, o museu que tem em frente colocou esses atores fantasiados simulando como era. Chama check point Charlie esse localEsse museu conta a história da época do muro, ocupação pelos comunistas e nazismo. A entrada é grátis e achei que vale muito a pena a visita.O museu é esse prédio a esquerda e à direita um pedaço do muro que eles isolaram pra conservação.No meu último dia em Berlim programei subir na torre de TV para ter uma vista privilegiada da cidade, no pé da torre tem esse relógio que mostra que horas são em cada país. Olha Brasília aí! Acorda meu povo! Queria uma foto minha com o relógio, aí mais uma vez pedi a um popular para bater para mim, e ficou toda cortada. Como uma viajante independente achei que era hora de ter o meu pau de selfie, chega de sofrer!😃😃😃😃😃Minha primeira companhia numa foto com o pau de selfie 😍😍 o urso é símbolo de Berlim, esta em toda parte.Aí a vistaA vista com o jardim zoológico no fundoO bom de ir na torre é que eles mostram a direção de todos os pontos turísticos interessantes, o que eu mais animei a ir foi o east gallery que é onde artistas pintaram uma parte conservada do muroArtista trabalhandoVários painéis muito legaisE o muro (eu que bati essa foto, notem!)No caminho tinha uma exposição do outro lado do muro sobre a guerra civil na Síria, parei pra dar uma olhada. Quando ouvia falar sobre refugiados a idéia que vem à mente é de pessoas pobres fugindo da miséria, porém no caso da Síria são pessoas que tinham uma profissão, uma vida comum, e tiveram suas casas explodidas por bombas, muitos foram mutilados, interromperam suas rotinas para se tratar em hospitais longe de suas cidades, várias famílias separadas após sofrerem ataques, e que buscam em outro país fugir do terror que se implantou em seu país. É muito triste pensar que um país inteiro está refém de uma situação alheia a sua vontade, muito triste.Atrás do east gallery tem este rio com uma ponte legal, resolvi ir lá ver de pertoSobre a ponte , esta é a vista do outro lado.Morrendo de amor pelo meu pau de selfie – selfie stick é mais chique, mais internacional, ele merece mais respeito. Essa foto foi na ponte. Vocês notaram meu cabelo novo? Cortei quando estava saindo de Amsterdã para chegar em Berlim de cara nova.Do outro lado uma grata surpresa, era um bairro descolado, cheia de lojinhas e restaurantes legais…Pausa pra almoçar.No mesmo bairroE na minha última noite em Berlim o que eu fiz? Lavei roupas. Aproveitei a companhia do meu colega da Belgica que também estava indo. Com companhia é bom que passa mais rápido.
No dia seguinte segui uma dica que já tinham me dado e ainda não havia tido a oportunidade de usar, o serviço do BlaBlaCar. É um site de caronas, você informa a rota que vai viajar e se vai com carro ou de carona, é um serviço pago, mas bem mais barato que ônibus e trem (na Alemanha é o local com transporte mais caro que encontrei até agora, então bora usar o BlaBlaCar para ir pra Frankfurt!).
Viagem tranquila e de boas para Amsterdã, meu hostel ficava bem pertinho da estação central da cidade, era só atravessar de ferry e andar 2 quadras, bem tranquilinho.
Normalmente eu passo muito mal em embarcações, mas a travessia aqui era tão curtinha que nem dava tempo de enjoar. Aproveitei a parada no hostel para fazer umas contas, planejar os próximos dias de viagem e também o que eu ia querer ver e fazer em Amsterdã. Nem sempre eu planejo e “deixo rolar”, o que não chega a ser muito esperto da minha parte, mas acaba rendendo algumas boas surpresas, porém aqui quero ter um roteirinho pra não perder nada.
Caderninho na mesa e cervejinha nacional para iniciar o planejamento. O bom é que no final da segunda eu já tô rica, corajosa, com tempo….eeeeeeeeee cerveja poderosa!Mas não fiquei trabalhando muito tempo não, logo saí para bater perna. Esse aí e o ferry que eu pegava para atravessar da parte norte da cidade para a central, onde ficam as coisas interessantes turisticamente falando.Esse lado aí é o lado norte, onde eu fiquei, logo no prédio atrás desse prédio mais alto. A construção bonita do lado é o eye film institute.Esse pavilhão é a estação central de Amsterdã, logo atrás dele fica a parte turística da cidade. E todo dia eu atravessei esse canalE fui andando sem rumo por aí admirando as construções antigas.Esse aí tem o nome, fica mais fácil. Achei tão bonito que pensei que fosse um prédio público, mas era shopping.Agora um fato intrigante sobre lá : as construções são todas tortas. Pra frente, pra trás, pros lados, pra baixo…da muita agonia de ver. Depois eu descobri que a inclinação pra frente era de propósito para içar móveis pela fachada. Agora para os lados era problema na fundação mesmo.E se reparar bem vai ver a casa mais estreita da Europa (deve ser do mundo também). A prefeitura por uma época assumiu a construção das fundações devido os problemas de “entortamento” das casas, aí era cobrado um extra pela largura de cada uma, então esse aí devia estar meio sem grana e estreitou bastante.Aí teve um dia que eu animei pedalar. Tava meio chateada, pois choveu muito no dia seguinte que eu cheguei, nem animei bater perna na cidade, aí só de raiva pensei, vou alugar uma bike e se chover vou tomando chuva pela estrada. Choveu mesmo conforme previsto, mas logo parou, então teve só um pouco de emoção no passeio.A primeira parada do passeio foi numa vila próximo de Amsterdã, onde a recepcionista do hotel falou que tinham casinhas que pareciam de boneca. Nem tanto né?Era uma vila de pescadores chamada Dugerdam, fica ao norte de AmsterdãDe lá atravessei a ponte e fui rumo ao Vondel Park, que é um dos parques urbanos mais conhecidos da cidade.No caminho fui conhecendo um pouco mais da cidade. Alugar uma bike é sempre um ótimo programa, sempre me divirto e otimizo o passeio.No caminho tinha esse outro parquinho menos famoso, mas curti passear por dentro dele.No caminho passei também pela região dos museus.E tcharam! Esse é o Vondelpark. Tava cheio assim e era dia de semana, imagina final de semana. Ainda não tinha almoçado, então tive a brilhante ideia de comprar uma saladinha e sentar na grama como os locais.O mercado era na região dos museus, aí fiz outro caminho para conhecer novas ruas. Esse museu com cara de banheira ficava do lado do supermercado, ele é o mesmo da foto de cima.Depois do almoço dei mais uma voltinha pelo parque e olha que interessante, tinha uma piscina pra criançada!E dei uma paradinha no mercado de flores para ver como era antes de encerrar o passeio do dia.Cada dia de travessia pelo ferry era uma surpresa. Nesse dia tinha esse casal com seus pimpolhos na garupa da bikeEsse é o museu onde contam a história da época que a Anne Frank estava escondida com a família (Judeus perseguidos na época do nazismo) escrevendo o seu diário. A fila para comprar o ingresso é gigante!!!! Sorte que comprei meu ingresso antes pela internet e não tive que perder esse tempo precioso.Essa casa com o térreo pintado de preto que era a casa onde a família dela se escondeu. A história é bastante triste, e foi contada através de muitas fotos e videos lá dentro, as páginas do diário original e todos os documentos que conseguiram coletar da trajetória deles sendo presos e conduzidos ao campo de concentração também estão expostos. Eu não consegui me comover muito, pois na Bélgica tive a oportunidade de conhecer uma pessoa que me contou que já foi levantada a suspeita de que a história pode ter sido inventada pelo pai que escreveu o diário para publicá-lo.Hoje tomei um café da manhã bem de leve para poder aproveitar tudo o que a maior feira aberta da Europa tem para oferecer! No Albert Cuyp Market tem de tudo! Comecei com umas conservas gregas, depois tomei um smoothie desses aí de coco, manga e banana.A comilança não parou aí não, ainda comi um sanduíche de pão sírio com queijo e espinafre (eles dobram que nem crepe) e esse biscoitinho aí recheado de caramelo que tem um tio que faz na hora com a prensa de waffle. Nem preciso dizer que estava uma delícia!A cidade tem vários canais que formam anéis no centro, andar reto lá pode levar a rumos muito diferentes do planejado. Mas sempre interessantes…Algumas drogas que na maioria dos países são proibidas aqui pode consumir. Tem lojas que vendem até semente de maconha caso alguém queira plantar em casa, são várias opções.E várias lojas especializadas em cogumelos alucinógenos também. Um colega do albergue interessado no tema me perguntou ao saber que eu era brasileira sobre o Santo Daime. Nem sabia que era famoso assim mundialmente.
Sobre essa parte da Holanda ser liberal com drogas e com liberdade sexual (lá as prostitutas são aceitas socialmente e inclusive a igreja católica de lá apoiou a legalização) achei interessante o depoimento do guia do walking tour. O consumo de drogas lá é tão comum, que é algo como o cigarro para os brasileiros, depois que começaram a informar a população sobre o que o cigarro provoca perdemos o interesse. Lá é assim também. Segundo ele contou, nem ele nem seus amigos se interessam por nenhum tipo de droga, a procura por isso lá é mais de turistas e estrangeiros. Sobre a homossexualidade ele compartilhou uma historia pessoal: A sobrinha dele já namorou meninas e meninos e perguntou a ele se ele já tinha namorado homens também, aí ele disse, não, eu sou hétero. Aí ela soltou: como você tem tanta certeza se nunca experimentou, para que se privar da experiência se não há nada que impeça? A questão é interessante, muito moderno o pensamento da nova geração. O guia contou isso quando chegamos nesse ponto aí da visita:
Esse triângulo no chão fica no pátio em frente à igreja do museu da Anne Frank e foi colocado ali pelos católicos. Dentro está escrito em holandês: “naar vriendschap zulk een mateloos verlangen” que significa “uma amizade com um desejo tão desmedido”. É um trecho de um poema que trata de homossexualidade e foi usado pela igreja como um tributo aos homossexuais. Lá definitivamente é uma cidade muito evoluída em matéria de respeito aos direitos individuais.
E com essa imagem, onde numa pracinha de um bairro residencial é permitido fumar maconha, mas não é permitido beber (veja a outra placa lá atrás), finalizo o post sobre Amsterdã. Depois de 5 dias de muitas informações novas, hora de mudar de ares e conhecer Berlim!
A viagem de Bruges para Roterdã tenho que confessar que não foi fácil. Tive que pegar 3 trens, e carregando 2 malas e mais 1 mochila, meu senhor amado, que loucura!!! Relembrando o capítulo anterior, eu estava de ressaca. E tava um calor do cão. Enfim, aprendi a lição de não beber cerveja belga achando que é o mijo de milho que to acostumada a beber no Brasil (vi um amigo escrever isso no insta e amei!).
Mas vamos à parte boa, eu cheguei e o hostel era perto da estação (tô começando a ficar esperta aparentemente).
Saindo da estação já tive muitas razões para virar a página e agradecer. Meu Deus, que cidade mais linda!!! a arquitetura contemporânea é de encher os olhos e está em toda a parte, fiquei muito impressionada e feliz de ter inserido Roterdã no roteiro.E é uma do lado da outra, disputando qual é mais interessante. Eu trabalhei algum tempo com projetos e construção e tenho noção dos desafios de um arquiteto fazer passar idéias originais pelo cliente (é caro, é difícil de construir, é caro, é caro pois é difícil de construir, é caro, ninguém vai ter dinheiro pra comprar depois, rsrsrs).Minha estratégia de sobreviver à esse dia foi não comer nada até deixar as malas no hostel, assim eu animaria sair para procurar comida e não ficaria tentada a dormir assim que chegasse. Logo na primeira volta já tive essa surpresa, um carro sendo “abastecido” na rua.No centro tem esse canal onde o pessoal fica ali em volta curtindo, era domingão, neste trecho até que tava vazio, mas mais a frente tava cheio de gente curtindo o sol de boas no gramado.Por recomendação da recepcionista do hostel, que era vegetariana também, fui almoçar em um restaurante árabe (ou turco, enfim) que tinha vários pratos além de kebab de falafel. Ele fica numa rua badaladinha, onde a galera reúne para tomar uma cervejinha nas mesas montadas na calçada, achei a vibe ótima! Chama East-Villagey- Witte de Withstraat essa região/ruaNão é por nada não, mas tava excelente!!!! castanhas, tofu e berinjela no molho de tomate gratinado com arrozinho e um molhinho que tava inacreditável de bom. Comi tudo o que estava aí sozinha!!! Chama Bazar o restaurante, depois descobri que tinha em Amsterdã também.Fora que é lindo por dentro, cheio destas lanterninhas coloridas penduradas num pé direito duplo. Amei!!!! e o preço foi bacana para o padrão (deu 10 euros a conta).Depois da comilança, senti que deveria seguir caminhando, pelo menos para voltar ao hostel para dormir….. no caminho tinha umas coisas legais como esse grafiteE esse aqui. Lá em cima está escrito Sam, casa comigo?Essa escultura achei muito de vanguarda, será que é o papai noel com um picolézão? E olha lá atrás que legal o prédio com janelinhas embaralhadas.A noite rolou uma sessão cineminha com pipoca e tals no hostel, eu amo esses que parecem a casa da tia sabe, todo cheio de programações coletivas e aconchegante, pena que era só uma noite 🙁 .No dia seguinte acordei cedo, tomei café e já fui bater perna. Ia ter pouco tempo para passear antes de ir pra Amsterdã então agilizei a vida. Passei de novo na estação de trem para bater foto e comprar minha passagem (e bater uma fotinha também).Roterdã tem alguns canais também, acho que deixa a paisagem mais interessante.Indo em direção à casa cubo, uma delícia caminhar neste canteiro.E olha ela ali… e o pessoal é tão inovador que o condomínio é sobre uma via.Por fora mais de pertinho.Tem um grande pátio em frente com várias construções muito interessantes, minha intenção era voltar aqui depois para olhar de perto mas acabei me perdendo lá dentro e saí do outro lado…então só tenho essa foto.O arquiteto daqui é muito foda, estou totalmente admiradaE é lógico que eu fui lá dentro ver como era. A entrada é assim, só um pequeno hall e a escada (essa é a parte do “tronco” da casa, se imaginarmos que é uma arvorezinha).Aí cheguei nesse pavimento que é sala e cozinhaTem mesa de jantar, tudo bonitinho.CozinhaSubindo mais um lance tem o quarto com closet / escritório e um banheiroEscritórioClosetE subindo o último lance tem essa salinha de estarInteressante é que dá pra ver embaixooutro ângulo da salinha (bati da escada de tão pequeno que é)e a escadinha pra descer deste último pavimento é bem aventureirae lá é um condomínio, no térreo tem vários comércios e em cima são os apartamentos residenciais de verdade, fiquei pasma que além de alguém ter projetado, empresários e construtores realizaram, e outras pessoas compraram. Que mercado imobiliário mais maravilhoso!!!!e continuando o passeio, para onde eu olhava eu via inovação na arquitetura
quando eu vi essas bandeirinhas fui toda alegrinha procurar a do Brasil, mas só que não tinha. Devem ter tirado pra lavar bem nesse dia.
E com esse ninho de cavalinho terminou meu passeio por lá. Hora de pegar as malas e partir para AmsterdãMas não sem antes mostrar aqui o vaso mais intrigante que eu já vi. Toda essa parte branca é onde fica o “material” que depositamos para depois, ao acionar a descarga, a água levar como uma cachoeira tudo para o buraco.
Bruges é aquela cidade que não podia ficar fora do roteiro, muito famosa no Brasil, minha amiga Cristina Barros recomendou várias vezes para eu não deixar de visitar de jeito nenhum. O interessante é que na Bélgica as pessoas não dão esse ibope todo, eles sempre recomendam Antuérpia e Gante. Porém como a dica era de uma pessoa muito especial eu mantive em meu roteiro. Antuérpia vai ficar para a próxima!
Logo que cheguei em Bruges já fui direto pra praça central que chama Grote Markt o que foi rápido, pois a cidade é bem pequena.Olha eu aí com a Belfry Tower, a construção mais famosa (e mais alta) da cidade. Foi construída para abrigar os sinos e foi reconstruída 3 vezes depois de sucessivos incêndios.Durante meu momento de conhecer a cidade, visitei a prefeitura, é essa construção linda aí, e esse pessoal aí parado no pátio em frente, no sol, descobri que eles são caçadores de pokemons.Olha que riqueza essa fachada. No detalhe a Maria com o menino Jesus.Agora o que realmente faz a cidade ser famosa são os canais, sendo conhecida como Veneza do Norte (a lente engordurada da câmera fez ficar ainda mais legal a foto).Essa casinha de madeira é umas das poucas que sobraram depois dos incêndios sucessivos que ocorreram na cidade na idade média. Depois destes grandes incêndios, todas as construções passaram a ser levantadas com tijolos, o que deu uma caracterizada na arquitetura da cidadeVárias construções tem as janelinhas pintadas de vermelho, essa ficou um charme!E a noite passei de novo pela praça da prefeitura e olha os caçadores lá esperando o Pokémon,,,atrapalhando as fotos de nós pobres turistasNo hostel fui assistir a uma partida de pebolim, não jogo nada, mas, a galera tava tão cheia de adrenalina jogando que achei que ia ser legal assistir…No dia seguinte programei ir ao walking tour para conhecer melhor a história da cidade, mas antes dei uma caminhada no canal externo que tem umas pontes lindas para o lado mais novo da cidadeEu ainda não conheço a Veneza original, mas a Veneza do norte é lindaEsse portão é de uma construção que ficava fora da Bruges antiga, onde na época ficavam as mulheres que se intitulavam mulheres de Jesus. Na época isso soou tão absurdo que construíram essa minicidade e colocaram elas lá isoladasAté hoje moram só mulheres lá dentro, as 18hs os portões se fecham para os visitantes. Esse aí é o pátio interno.E esse é o lago do amor no fundo…esse nome é devido uma lenda de um amor separado pelas circunstâncias da vida há muito tempo atrás, e quando o amado reencontrou a amada ela estava agonizando na beira do rio, e morreu nos seus braços. snif snif.Bem turistona, mapa na mão e tals…
E os cisnes são patrimônio da cidade, tem várias lendas sobre eles estarem ali, mas a história que eu mais gostei é que a poucos anos atrás o prefeito decretou que os cisnes pretos deviam ser eliminados dos canais pois não combinavam com a cidade, a população ficou tão indignada e fez um abaixo assinado para evitar esse “racismo”.Essa é a mais famosa fábrica de cerveja local. Aproveitando o tema cerveja, tem uma história que o guia contou que antigamente pediram ao governante que construísse um sanatório para tratar os dementes vítimas do alcoolismo na cidade (a galera sempre bebeu muito por lá), aí ele falou: então fecha o portão da cidade que aqui dentro todo mundo é doente. O mais interessante é que parece que eles tem um certo orgulho ao contar essa história.Essa paisagem é o cartão postal da cidade. Tem um filme que se passa em Bruges que imortalizou essa fotografia. O sol não ajudou muito, mas…Aí eu fui lá na ponte do outro lado e fiz uma foto de um ângulo originalLá na Bélgica cada cerveja tem o seu copo, eles são bem criteriosos com isso, aí nesse bar tem várias cervejas com os seus respectivos copos.Sábado no final do dia, albergue bombando, enturmei e acabei indo com o pessoal em uma festa.E a turma do pebolim tava firme e forte.A festa não curti muito, pois além de vazia tava tocando só hip hop (a maioria local), mas eu não pude deixar de observar como as belgas são descontraídas, todo mundo de tênis (inclusive ninguém da turma que eu tava tomou banho, fomos direto do passeio da tarde para a festinha, super normal por lá).Vida de turista não combina com balada noturna…cedinho acordei para pegar o trem. Azar que a estação era 30min caminhando e eu carregando mala de ressaca. A sorte é que no caminho tinha esse parque lindo para distrair. E bora para a Holanda!!!!!!
Quando minha experiência de workaway terminou eu fui pra Gante, que é uma cidade universitária famosa por ter vários centros artísticos e também por ser a cidade com maior quantidade de vegetarianos per capta no mundo.
Enquanto eu esperava o trem na estação eu pensei: por que não um waffle? E não é que ficou preso na máquina. Fiquei chateada, mas logo um amigo passou e deu uma sugestão: compra outro que os dois vão cair juntos…hehehe, deu certo.Estava tendo um festival de verão na cidade, tinha festa para todo o lado, por um lado foi bom que deixou a cidade super animada, mas atrapalhou as fotos….espero que pelo menos a energia vocês captemEssa foi a cidade com mais igrejas que eu vi…eram muitas uma pertinho da outra, porém todas fechadas devido às festividades. Olha a muvuca!!!Esse palco é o de músicas latinas, e na minha opinião era o palco principal, pois estava mais bem localizado e era o maior que eu vi….uma pena que não ia ter nenhum representando o Brasil, mas até hip hop do caribe teveoutra igreja…A cidade é cortada por canais que deixam a cidade super charmosaFoi montada várias estruturas provisórias para o festival, então não deu para sentir como realmente é a cidade fora da época de festa. Essa casa Bacardi é um exemplo.Uma passada no mercado. Achei tão esquisito esses pernis pendurados, acho que umas flores ficariam mais legais.Esse é o bar com o menor pé direito que eu já vi na vida, tive que entrar para ver como era e comprar mais uma cervejinha nacionalNo frio deve ser mais legal, pois deve ficar quentinho, mas no clima que estava deu um pouco de gastura ficar ali no começo.Aqui eles gostam muito de uma friturinha, essas barraquinhas de frituras eram as mais comunsEssa outra festa tava legal também, e quando vi essa bandeira imitando a do Brasil tive que especular a razão, descobri que era uma festa exótica e que nossa bandeira representava a intenção.Tinham umas meninas fantasiadas de felinos penduradas num puleiro dançando e chamando a atenção do pessoal que passava. Isso sim é exótico, nosso país é super normal!!Escureceu e parecia que a festa estava começando para a maioria das pessoas, eu não estava devidamente agasalhada e já tinha tomado mais cervejas do que tava preparada, então parti feliz pra dormir e acordar cedo na esperança de ver a cidade mais vazia no outro dia antes de partirPara minha surpresa a cidade estava limpa e pronta para mais um dia de festa. Eu estava com uma leve ressaca, então um café bem reforçado foi muito bem vindo para começar o dia. Essa aí é a estrutura da festa exótica que mencionei antesEsse docinho é super tradicional, mas não provei, pois ouvi dizer que é sem graça e acabei acreditando (sobra mais espaço para waffles, hehehe).Caminhando pelo centro achei várias casas lindas, os detalhes destas são muito lindos, gastei um tempinho admirandoE na lateral tem esse nicho com um bonequinhoBem no centrinho da cidade tem esse castelo que é aberto para visitação, acabei não entrando devido ao meu estado de preguiça, mas é um incentivo para voltar aqui outra vezE enquanto eu estava num relax gostoso num banquinho eis que percebo que tinha um cara fazendo xixi na minha frente!!!! esse negócio cinza é um mictório que eles instalaram. Em outras cidades da Bélgica eu já tinha visto mictórios na rua, mas tinham uma proteção na frente para dar privacidade, este era totalmente na cara das pessoas
E foi assim, bem rapidinha a minha passagem por Gante, ela não estava no meu planejamento inicial, mas acabei dando uma apertadinha e encaixando antes de ir a Bruges pelo tanto que ouvi sobre ela, é o orgulho dos Belgas e confesso é a cidade mais charmosa que visitei na Bélgica. Valeu ter saído do script!
Durante minha estadia na Bélgica fiz um bate e volta de trem para Liege, a terceira maior cidade do país, e havia recebido a dica para descer na estação Guillemins que havia sido projetada pelo Santiago Calatava, um arquiteto cujo trabalho me encanta.
Saindo do trem já tive essa visãoDo outro ladoNo piso inferior que dá acesso à rua tem as lojinhas entre os acessos às plataformas, as vitrines curvas são muito elegantesE essa é a estação por fora. Repare nos mochileiros…me bateu saudade do Caminho nessa horaTem uma praça grande na frente da estação com estas fontes que saem do chãoE essa escultura era uma divulgação da exposição do Salvador Dali que estava ocorrendo no interior da estaçãoLinda demais!Em frente à estação esse prédio chama a atenção pela altura, parece aqueles prédios de DubaiMinha primeira parada foi no jardim botânico municipal, sentei um pouco e analisei o mapa da cidade para ver como eu iria aproveitar o meu diaE a próxima parada foi na pracinha da igreja de St James, resolvi entrar já que era de graça mesmoO interior da igreja é lindo, com os vitrais decorados e coloridos, muito agradável a atmosfera lá dentro. No fundo o altarVista do altar para a entrada da igrejaE os vitrais belíssimosO mapa que eu peguei era feito por um grupo de moradores jovens da cidade, então tinha muitas dicas legais de lugares para ir, onde comer, e não aquelas propagandas de lugares ruins e caros que normalmente tem nos mapas convencionais, então fui na dica do vegetariano bom e barato da cidade. E como sempre comi antes de fotografar pra ver se valia mencionar aqui. Era um buffet por quilo (saudades dos self services do Brasil…)E claro, para manter o vício, um waffle com chocolate…esse foi o melhor que comi durante toda a minha estadia na BélgicaA pracinha no centro da cidade com a prefeituraE eu estava muito animada para visitar a Citadela, a parte mais antiga e alta da cidade onde havia um mirante, então ia valer muito a pena a subidaO bairro tinha essa carinha aíBoa parte do trajeto foi escadariaE tcharam!!!! olha eu lá! eu peguei outro caminho seguindo meu mapa, e não precisei subir essa escadaria gigante e chata aqui de trás da foto.Subindo um pouco mais tinha esse jardim em volta de uma construção que estava abandonada e cercada. Essas árvores eram tão perfumadas…Passei um tempinho curtindo o local que era deliciosoE essa é a cidade vista do miranteEssa igrejinha vermelha quero descer para ver de pertoDesci pela trilha para evitar a escadaria e para ter um passeio mais agradável tambémEssa é a igreja de São Bartholomeu, nesta eu não estava com vontade de entrar, achei ela autêntica, nunca tinha visto igreja antiga assim antesNa frente da igreja tinha esta pracinha com esculturas de ferro que me lembraram as do alto do perdão do Caminho de Santiago.Neste prédio funciona um museuOlha os detalhes da fachada que interessantesNa Bélgica eu vi muitas construções com data na fachada, essa só tinha o século escrito: 16Agora esse lugar eu achei interessante, uma café dançante. Será que é para quem não bebe e gosta de curtir uma baladinha com os sóbrios?Esse dia eu andei quase a cidade inteira, cruzei as pontes da cidade algumas vezes, essa foi a foto mais legal que consegui tirar com o celular, olha a citadel no fundo com a escadaria na diagonalE pra finalizar o passeio um dogão!!!! Mentira eu só pedi a batatinha, mas na mesa do lado eles pediram o sanduiche tradicional Belga que chama metralhadora, vem com as batatas por cima, achei que merecia ter essa informação de gordo no blog e pedi gentilmente para bater a foto.